Comentários sobre humor a partir de Espinosa
Pensando na ideia de clima/humor e lembrando que uma das coisas que acho impressionantes no Espinosa é como ele resiste tratar afetos como “emoções”. Afetos são antes disposições que parecem mais ter um aspecto semiótico do que aquela ideia meio vaga e vazia de sensações.
Um humor, uma disposição, é portanto a maneira como um corpo se conecta (ou não se conecta) à outros corpos, o que explicaria que em certos humores certas coisas funcionam e outras não (e os modos como isso se dá) sem se apoiar numa caixa preta de um gostar/não gostar.
Acho que é o que permite Espinosa desmoralizar o campo afetivo (e como se tratam das relações entre corpos, conexões, é possível entender essa disposição numa chave transindividual, o clima sendo algo que diz respeito àqueles dois objetos naquelas circunstâncias).