A inexistência atual de filosofia na europa
contraponto a este tweet: não existe mais filosofia na europa
A ideia de uma dissertação não minúscula (toda aquela gordura) é extremamente produtiva pra formação do pesquisador. O problema acho que é mais que as razões que a instituição dá pra dissertações aqui terem essa estrutura não estão alinhadas ao tipo de capacidade que desenvolvem.
Claro que ainda tem herdeiros das gerações fenomenológicas, estruturalistas e hermenêuticas do continente, mas a essa altura o que fazem ou é historiografia (massa! importante) ou repetição burocrática que serve mais pra demarcar um lugar institucional (não massa).
O que tem de filosofia “viva” hoje em dia — pra bem ou pra mal — me parece mais as coisas da ordem do dia da filosofia anglo (em suas infinitas variações mas definitivamente não todas as expressões dessas variações, já que lá também há a sua burocracia institucional).
Além disso acho que dá pra apontar também uma corrente “viva” de filosofias ligadas a problemas políticas (que submetem as distinções filosóficas à esses problemas), mas ainda não tenho muita clareza de como organizá-las até porque acho que institucionalmente são desconectadas.
Institucionalmente desconectadas no sentido de que ainda que hajam figuras relevantes e influentes, estas parecem ser figuras solitárias ou marginalizadas que tem pouco espaço interno na filosofia (para arranjar financiamento para outras pessoas ou abrir vagas nos departamentos).