April 15, 2021

A dificuldade da figuração a partir de Kant

Não consigo dizer que tenha sido um ponto irreversível, mas quando preciso explicar Kant ou Hegel para alguém que nãp conjece esses autores eu me sinto incapacitado pela baixa densidade figurativa nesaas filosofias. É tudo muito técnico num sentido que é difícil representar.

Platão, Aristóteles, Espinosa, Descartes pra mim são obviamente filoslfias sofisticadas, mas parecem que ainda figuram o mundo. A realidade ainda é palpável, comensurável ali. Kant não. Kant parece entender (estando certo ou não) que o caminho deve deixad a figuração do real.

A impressão que dá é que tem algo de diferente que acontece que faz com que as coisas não possam mais ser descritas a partir da linguagem ordinária. Daí talvez um dos dramas que sinto na filosofia posterior é o risco de ficar sempre na dúvida se você está apenas metaforizando.

Não que a metáfora seja um problema em si, mas o problema é que ou você aceita que a metaforização é a única forma de falar das coisas (o que me faz parecer um tipo de niilismo epistêmico — a desenvolver) ou você precisa construir formas de falar do real que não sejam assim.

E é difícil isso pois parece que quando você entende o que você tá dizendo você num tá conseguindo avançar muito. E quando você não entende isso também não é garantia de que se está tocando em algo fora de si. Daí talvez meu interesse pelos Sebalds da vida.

Ainda que ele produza mil descrições eu sinto que ele se atenta a um procedimento mais do que a um desejo de falar das coisas. Mas num sei. As coisas aqui ficam meio vagas e eu fico meio perdido.


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