April 12, 2021

A crítica ingênua como algo que deve ser entendido

Teve um meme sobre isso e me lembrei que um gênero literário que amo que é: alunos de primeiro período refutando grandes autores”. Acho que é um gênero subvalorizado pois ele costuma ser levado apenas como deboche quando poderia ser ocasião de precisar os motivos da crítica.

Infelizmente nem sempre temos tempo para lidar com isso, mas se por um lado é óbvio que pode ser ingênuo fazer certas críticas, ao mesmo tempo a reação não deveria ser bloquear um movimento que pode ser apenas uma forma de lidar com a estranheza inicial de textos de filosofia.

Se a gente tem paciência pra aceitar críticas bobas e bestas de gente graúda (e muitas vezes a gente até bate palma), porque não de um aluno que tem muito menos recursos? Gente foi mal vou parar com a CRÍTICA PEDAGÓGICA FODA bom dia pra vocês.

Um adendo: eu não acho que as críticas refutam qualquer autor (inclusive acho que a ideia de refutação é uma besteira), mas eu acho que o exercício de explicitar e elaborar as razões para a suposta refutação ajudam a tornar os nossos pensamentos mais precisos.

A precisão aqui acaba sendo portanto um refinamento da impressão e intuição que inclusive pode ir em direções que o refutar inicial é a coisa menos importante. No fim acho que é mais uma forma de tentar incentivar o ímpeto e o gatilho que qualquer outra coisa.


Previous post
O elemento figurativo da filosofia (Paulo Arantes e Auerbach) Tem uma coisa que eu gosto em alguns comentários do Paulo Arantes, mas que acho que passa muito desapercebido (e quando confrontado ele evita) que é
Next post
O antiutopismo de uma certa esquerda centrista Uma das coisas que me deixa pistola no campo da esquerda é como tem uma parte dela cujo desejo é menos alcançar outras bases do que “aparentar” ser