September 10, 2020

A centralidade da escrita na história da filosofia

Hot take: a filosofia é muito mais gramacêntrica do que fonocêntrica (justamente por conta do jogo de preservações que se dá pela escrita e que acabam limimando o caráter conversacional da filosofia — que quando muito aparece em diálogos petrificados).

Claro, posso amenizar esse take e dizer que quando acusam ela de fonocêntrica estão falando de outra coisa (e de fato). Mas ao mesmo tempo é só olhar a tradição. Pilhas e pilhas de texto enquanto toda elaboração enquanto fala desaparece imediatamente.

A própria atividade, nesse sentido, passa a se conceber a partir da mediação da escrita. Se no helenismo talvez a gente possa imaginar as coisas diferentes, parece que ao menos desde a modernidade a escrita determina a esfera do pensável.


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Sentir-se correndo atrás em leituras Gostaria de em algum momento não me sentir correndo atrás com as minhas leituras. O doido é saber que isso é tudo coisa da minha cabeça, que tem
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Comentário sobre Zama de Lucrecia Martel Uma coisa que eu amo no Zama da Lucrecia Martel é que ela parece captar muito bem o que é o nacionalismo no Brasil (ainda que não seja sobre o